sábado, 31 de dezembro de 2011

ABERTO PRO NOVO NO ANO NOVO!


Ouvi  coisas interessantes hoje que se tornam ainda mais interessantes por ser este o último dia do ano. É inevitável a gente ficar um pouco mais  pensativo, analisar como foi seu ano, se os planos traçados foram alcançados, o que levar para 2012 e o que deixar para trás.
Eu particularmente não tenho analisado só o último ano, mas o que tem acontecido na minha vida até aqui.  Acabei fazendo isso por acaso hoje. Num bate papo bem bacana, descontraído, uma pessoa me perguntou como vim parar aqui em Recife e ai foi uma revisão de pelo menos 10 anos da história...ufa. Rever toda essa trajetória no último dia do ano assim, inesperadamente, foi muito bom. Reforçou o sentido de muita coisa pra mim que andava apagado e trouxe um renovo  pra continuar neste caminho em 2012.

Tem algo que eu tenho percebido ao fazer esta análise: Eu tenho nenhum controle sobre a minha vida.

Foi engraçado como eu percebi isso. Viajo bastante, principalmente a trabalho. Quem me conhece sabe do meu desconforto ( no mínimo) em viajar de avião. Não chega a ser um medo que me impeça de utilizar este meio de transporte, como paralisa muitas pessoas, mas realmente não é algo que eu goste muito.

Na minha última viagem deste ano, sozinha, eu precisava dirigir 3 horas da cidade onde estava para pegar um vôo e ir pra casa. Ao sair 6:30 o tempo estava muito ruim. Muita chuva e boa parte da estrada com uma neblina intensa. Mas eu não tive medo algum, mesmo sabendo das curvas da estrada, do mau tempo e do intenso trafego de caminhões que encontraria pelo caminho. Quem estava ao volante era EU. O ” controle” da minha vida estava nas minhas mãos.

Então eu  entendi que meu medo de voar era porque eu sequer via o piloto na cabine.  No meio de uma turbulência não dá pra ver se ele está tranqüilo, seguro, ou desesperado sem saber o que fazer. Eu não tenho controle de absolutamente nada. Preciso confiar que ele sabe fazer o que precisa ser feito.

Mas vamos voltar ao que ouvi de interessante hoje pela manhã. Tomando meu café pra sair assisti parte um debate na TV. Como a maioria dos programas nesta época do ano faziam uma retrospectiva dos fatos de 2011.
Chamou-me muita atenção algumas colocações, tendo como base uma entrevista que fizeram com um filósofo Ateu chamado Alain de Botton.

Nesta discussão, dentre outras coisas, analisaram colocações do tipo: o homem criou Deus e não Deus criou o homem.

O homem criou Deus para poder  controlar a violência que o homem proporciona                         ( criando um Deus que vai-lhe punir se você for mau, você terá medo, portanto irá controlar seus impulsos violentos) e também para nos dar respostas sobre o nosso fim, ou seja, lidarmos com o medo da morte.

Uma das pessoas disse que como foi libertador saber que o homem criou Deus! Que depois de descobrir isso tudo fazia sentido. As tragédias, guerras...Porque se  Deus existia, como explicar que guerras aconteciam em nome D´Ele? Que Deus cruel.

Debatendo mais um pouco disseram que a religião tem decaído desde o século XIX, inclusive que Deus morreu no referido século, e desde então as filosofias o tem matado, o tem tirado do nosso meio, dos nossos valores, das nossas referências. Não mais precisamos ou não mais “usamos” Deus  para nos conduzir moralmente. Não precisamos mais de um paraíso quando morrermos, ninguém pra nos dizer o que é certo ou errado. As coisas acontecem aqui e ficam aqui.

Estamos então substituindo o lugar que a religião deixara por outras coisas para nos ser referência e nos guiar pela vida. A sabedoria e beleza precisam ser disseminadas ( segundo o tal filósofo). Isso deve nos guiar.

Que reflexão interessante. Deus morreu. O deus que o homem criou. O deus que não era mais útil, pois agora temos a sabedoria e beleza pra conduzir nossa vida.

Mas mais interessante ainda foi uma fala jogada ali no meio: Somos seres vazios de significado.
Mas sabedoria e beleza não estão conseguindo dar significado à nossa vida?

O homem criou deus para lhe dar respostas sobre a vida, aqui e futura. Mas não foram respostas satisfatórias. Então matamos esse deus, resolvemos o problema. Nossa como é fácil e  simples! 

Vamos agora atrás de outras coisas pra suprir este vazio, e olha que a prateleira está cheia delas: liberdade, dinheiro, conforto, tecnologia, sabedoria, beleza!

Mas o homem continua vazio...e agora? Vamos matar a sabedoria e a beleza?
Eu tentei ver o resto do programa, mas, no último dia do ano, não valia mesmo a pena perder tempo com ele.

É triste ver como as pessoas falam de Deus e sobre Deus sem qualquer preocupação em conhecê-Lo. É  o que eu penso, o que acho, o que eu criei, mas nunca é o Deus que eu conheço. Ai fica fácil trocar Deus pela beleza, pelo dinheiro, pela sabedoria....

Eu queria ver as pessoas ao menos se dando de verdade uma chance de conhecer Deus pessoalmente. Queria também que percebessem  que não temos nenhum poder de controlar nossa vida. Não temos como criar deuses que irão guiar nossa vida com um sentido que realmente nos  preencha.

Que o fato de estamos ao volante e achar que temos o controle e o poder de criar respostas e sentido pra nossa existência é ilusão. Assim como era ilusão eu achar que tinha o controle de qualquer coisa pelo simples fato de eu estar ao volante.

Queria que conhecessem o  Deus verdadeiro que não foi criado por ninguém. O Deus que é antes de tudo e todos. E que ao conhecermos jamais o trocamos por beleza, dinheiro ou qualquer outra coisa.
E  que por fim mesmo não “vendo” quem nos conduz possamos confiar que Ele sabe para onde estamos indo e que com Ele a chegada ao destino é certa.

Haverá turbulências no caminho, mas eu não preciso temer, pois meu Pai é o piloto.

Deus no guie pelo caminho hoje e em todos os anos que temos pela frente.



 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O BOM FILHO A CASA TORNA

Quis postar hoje um vídeo que assisti.
Não deve ser novidade pra muitos mas é perfeito pra traduzir  " Isso pra mim não é viver".

O ano novo tá chegando!!!
Momento de celebrar, se alegrar, se divertir.
Celebre, se alegre, divirta-se.
Mas tem alguém te esperando voltar pra casa. Então, por favor, volte ; )




http://www.youtube.com/watch?v=7HwT-1Pzxyw

Bjus...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

NO ESCURINHO DO CINEMA


Ontem  fui ao cinema. Na fila à minha frente, se encontrava um casal como posso dizer..... estranho,  inusitado? Bom, não sei ao certo que palavra usar para descrevê-lo. Mas o fato era que chamava a atenção.
Ele, pela aparência e tamanho, eu daria uns 9, 10 anos no máximo. Ela, uns centímetros mais alta,  aparentava uns 12.

Usavam aliança de compromisso, estavam indo ao cinema juntos, sem os pais, mordidinha no ombro pra lá, mordidinha no braço pra cá...

Isto é uma “evolução natural”,  “tempos modernos”? Se sim, eu não acompanhei essa evolução. Não, não sou nem um pouco moderna.

Fiquei imaginando o que estas crianças viverão nos próximos 3 anos de suas vidas, pois parecem que são prematuros demais. Qual então será o próximo passo quando estiverem com 15, 16 anos? Imagino se tiveram infância de brincar de boneca, jogar bola, assistir desenhos, brincar de esconde-esconde. 

Observá-los era como ver um adulto em corpo de criança.
E talvez esta percepção me tenha causado tanta estranheza à cena.
Havia alguma coisa errada ali. Ao menos pra mim havia.

A “ evolução”  da humanidade desta forma não é a que eu gostaria de continuar vendo. Este não é o mundo que eu gostaria de viver meus próximos anos. Sim, me sinto incapaz de mudá-lo por completo. Essa  “ evolução”  tem sido rápida e por demais sedutora.

Penso então em João Batista:

“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.”

Creio que por isso comecei este blog.
Se um dia fui surda e cega hoje não quero ser muda. Um dia ouvi porque alguém falou. Ainda que seja uma única pessoa a ouvir, vale a pena anunciar.

sábado, 24 de dezembro de 2011

O cão, a Enfermeira e o Amor



Olho no céu e vejo uma nuvem branca que vai passando
Olho na terra e vejo uma multidão que vai caminhando...

Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai
Quem poderá dizer o caminho certo é você meu Pai...”

Tempos atrás eu ouvi esta música do Roberto Carlos e pensei na atualidade da mensagem contida nestes versos.
Observando alguns fatos ocorridos estes dias e suas repercussões, ela me veio à mente de novo.  No Facebook muito se comentou sobre a enfermeira que matou um cãozinho.
Ocorreu uma onda de manifestações contra este ato de covardia. Muitos disseram que se sentiam chocados com o ato.

Entendo o sentimento destas pessoas. Entretanto, confesso que em tempos em que pais arremessam seus filhos pelas janelas de prédios a morte do cãozinho não me chocou. Foi um ato normal pra mim? Claro que não! Nada o justifica. 

Mas a repercussão me chocou. E como me chocou!

Vi um cartaz no Facebook relatando o fato e fazendo referência à enfermeira como demônio, vadia, psicopata e alguns tantos outros adjetivos que prefiro não citá-los aqui.
O que dizer dos desejos expressados como ‘ castigos' aos quais ela deveria ser submetida?

Alguém tem que fazer com ela o que ela fez com o cachorro.” sugere um deles.
Tem que morrer queimada no inferno”, apela outro.
Tem até mesmo gente sugerindo ficar sozinha com ela num lugar fechado que ela mesma se encarregaria de matá-la! 

Chocante!

Pra onde essa multidão tem caminhado? Essa gente sabe para onde vai? Querem mesmo chegar para onde estão indo?

Percebo então que o mundo jaz por falta de algo que há muito perdemos, ou talvez poucos de nós tenhamos sentido de verdade, uns pelos outros: AMOR.

Só o amor é a resposta.

Não, o amor não mata porque ama. Não, o amor  não mata porque se importa. Não, o amor não mata porque perdoa. Não, o amor não mata porque acolhe. Não, o amor não mata porque ajuda a trazer o outro de volta à vida, ao que É vida. A Vida à qual fomos chamados  pra ser vivida.
 
Mas onde está o amor?

Ai me lembrei do Roberto de novo...

“...Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém

Tanta gente se afastou
Do caminho que é de luz
Pouca gente se lembrou
Da mensagem que há na cruz...”

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É NATAL

O que dizer no natal?

Fiquei pensando em que dizer no natal aos meus amigos...”Feliz Natal pra vc e sua família!”
Estranho mas eu não tive muita vontade de escrever esta frase e sair mandando emails a todos da linha lista... Pensei: O que quero dizer com ela?

Almoçando no shopping hoje observei a decoração: zebras, leões, tigres, girafas pendurados na árvore de natal. Fiquei sem entender o que tinha a ver, não me inspirava a pensar no Natal. Lembrava mais um safári na África, que, aliás, deve ser bem bacana. E o que dizer daquela multidão trombando uns nos outros com sacolas e mais sacolas de presentes...fiquei cansada só de  olhar e pensando: pra que tudo isso?  Mas esta reflexão também não é nenhuma novidade.

Ocorreu-me então que vejo o natal hoje como um dia normal, com uma reunião, geralmente familiar, onde se trocam presentes, se faz uma árvore enfeitada, mas que a mim não remete a uma data especial,  ainda que seja uma data relevante para nós Cristãos.  Onde isso se perdeu pra mim, não sei ao certo.  Talvez por mais que tentamos dar um sentindo diferente pra estas celebrações vivemos num meio onde o tempo todo nossa mente é direcionada para outros focos de atenção.

Estou aqui pensando que muitos irão achar que eu pirei mesmo e onde eu vou chegar com toda essa conversa...

A  mensagem que eu queria dar aos meus amigos não é “ o sentido do Natal se perdeu”  ou “ o natal é puro comércio”...Nada disso!

Mas o que eu desejo a cada um de vocês neste final de 2011 e também como votos de um Feliz Ano Novo são  momentos que gerem profundas mudanças na alma, no coração, nos seus relacionamentos com o outro e com o Pai. O Pai...Pai daquele Filho cujo o aniversário é comemorado  no próximo dia 25...

Pra mim hoje isso é Natal. A nossa comunhão, relação diária com o Filho...Filho daquele Pai...

Acho que meu natal, diferentemente dos anos anteriores, foi vivido durante todo o ano de 2011. Mas eu só percebi isso hoje, quando parei pra refletir no que escrever. Não, não  ganhei nenhum presente diferente, especial, aliás, verdade que  vários desejos e sonhos foram frustrados e não se realizaram, chorei  muitas vezes, senti em certos momentos que deveria guardar minhas angústias porque não havia quem pudesse entendê-las... mas percebi algo durante todo este ano que não percebia nos demais e que talvez não seja novidade pra você: Deus era presente todos os dias, em todos os momentos,ainda que em silêncio, ouvindo pacientemente todo meu despejar de palavras e mais palavras... Ele era presente e eu sabia que Ele estava lá, grandiosamente presente, poderosamente em silêncio, absoluto, soberano, lá.

Acho que foi um dos anos que tive mudanças mais perceptíveis a mim mesma do meu relacionamento com o Pai.  Aonde Ele me corrigiu, me disciplinou, me calou, me freou, mas me amou.Aliás  Ele sempre fez isso tudo por que me amou, só que eu não entendia.

Eu o vejo como Aquele que realiza em nós mudanças. Mudanças que por vezes acreditamos ser impossíveis de acontecer,  ou que não temos força, nem coragem e nem vontade deixá-las acontecer e muitas vezes que nem sequer percebemos  que precisam acontecer, mas que quando ocorrem nos tornam mais parecidos com aquilo que Ele nos criou para ser. Desejo então que Ele deseje, provoque e  realize, todas as mudanças pelas quais precisamos passar para que possamos ser filhos. Filhos mais parecidos com aquele Filho...cujo aniversário é comemorado no próximo dia 25....

Deus nos mude hoje e sempre, amém.

Abraços a cada um.